O SEPRORGS participou esta semana de duas importantes agendas da cena de inovação riograndense. Na segunda-feira, 17/06, foi lançada a Frente Parlamentar de Ciência, Tecnologia e Inovação do Rio Grande do Sul, proposição do deputado Fábio Branco que tem reverberação em diversas instâncias da gestão Estadual e Municipal, tais como a Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, a Casa Civil, e parlamentares como os deputados Tiago Simon, Edson Brum, Carlos Búrigo, Frederico Antunes, Eric Lins e Capitão Macedo, além de entidades como Fiergs, Associação Comercial de Porto Alegre, Fecomércio, Sebrae, Abimec, InternetSul, entre outras, além de diversas instituições da área acadêmica.
Focada no desenvolvimento das empresas e do Estado, a Frente terá como meta, segundo Branco, alinhar estratégias e políticas de fomento a ações do campo científico e tecnológico. “Queremos alinhar o setor produtivo e aproximá-lo do setor do conhecimento”, declarou durante o lançamento.
Para o presidente do SEPRORGS, Diogo Rossato, a Frente desponta como uma ponte para transformar o setor público por meio da inovação criada pela área privada. “O SEPRORGS está à disposição para fomentar esta troca, colaborar para que haja mais interação entre empresas e governos para que toda a economia seja beneficiada”, destacou o gestor.
Ainda segundo Rossato, para que isso aconteça, é vital o investimento em educação e o aumento da penetração da computação no Ensino Fundamental – até mesmo para suprir a carência de mão de obra qualificada da TI brasileira.
Além do presidente, representaram o SEPRORGS no lançamento da Frente o diretor Rafael Sebben, a assessora da diretoria, Karen Amaro, e a assessora Legislativa, Ana Paula Gaiesky.
O chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, que nos anos 90 participou da criação do Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia, a Frente traz um “modelo de avanço de ações”.
Opinião corroborada pelo secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia, Luis Lamb, que elogiou a criação da iniciativa e lembrou que, atualmente, o conhecimento e os dados são a moeda da vez.
“Há poucos anos, a primeira colocada na lista das 100 maiores empresas feitas pela Forbes era uma petrolífera, e Apple, Microsoft e afins vinham lá embaixo. Hoje, as empresas de tecnologia lideram o ranking, e o que estas companhias detêm? Não são poços de petróleo, não é um produto: é conhecimento, são pessoas”, comentou Lamb.
Para o secretário, o RS tem de investir forte na tecnologia para agregar valor e conquistar a influência e liderança desejadas por todos os entes da economia gaúcha.
Como já fez em outras ocasiões, como em palestra durante o Mesas TI, evento promovido pelo SEPRORGS, Lamb relembrou que mesmo no maior fórum econômico e financeiro do mundo, o encontro de Davos, na edição de janeiro de 2019 o tema principal não foram finanças, nem economia, e sim a inteligência artificial.
“Hoje, o Rio Grande do Sul concentra 12% da produção científica do país, mas sua capacidade de gerar riqueza é limitada, pois seguimos em um modelo baseado na economia tradicional”, destacou o secretário. “Por isso a importância da cooperação e das redes universitárias e empresariais, com o poder público, para desenvolver tecnologias estratégicas e estimular a pesquisa”, complementou.
O potencial científico e tecnológico do estado foi ressaltado também pelo reitor da UCS e representante do Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (COMUNG), Evaldo Kuiava. A entidade, que integra as 15 instituições de ensino superior comunitárias do RS, abrange um universo de 181 mil estudantes em 1.527 cursos de graduação e pós-graduação, e 8.802 professores, além de reunir 9 parques tecnológicos, 13 incubadoras de empresas e 5 incubadoras sociais, 12 agências de inovação e tecnologia e 3.620 laboratórios para apoio ao ensino, pesquisa e extensão.
“Estão em andamento nesta rede, hoje, 2.800 projetos de pesquisa, com financiamentos de diversas áreas”, afirmou Kuiava.
Já a Rede Gaúcha de Ambientes de Inovação esteve representada por Artur Gibon, que revelou que o faturamento somado dos 14 parques tecnológicos e 26 incubadoras associadas resulta em torno de R$ 5 bilhões ao ano, demonstrando o poder do setor.
Daniel Randon, da Fiergs, destacou que a inovação tecnológica é uma das opções mais certeiras para tirar o Estado da crise.
Já na quarta-feira, 19/06, o SEPRORGS também esteve representando a Economia Digital gaúcha na audiência pública sobre o tema “Sistemas de Inovação: desafios e oportunidades para uma agenda de desenvolvimento”, realizada pela Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo da Assembleia Legislativa do RS.
O evento, presidido pelo deputado Tiago Simon, também contou com o Secretário de Ciência, Inovação e Tecnologia do estado, Luis Lamb, o professor Luis Carlos Pinto (Projeto Pacto Alegre), Susana Kakuta (diretora do Tecnosinos), Flavia Fiorin (diretora-executiva do TECNOPUC) e outros convidados.
Para o presidente do SEPRORGS, Diogo Rossato, a articulação, demonstrada nos dois eventos da semana, é fundamental para garantir força às ações que pretendem transformar Porto Alegre e o Rio Grande do Sul em polos de referência nacional em inovação.
“É preciso haver melhor comunicação entre os entes – saúde, educação, tecnologia, política, entre outros. O setor privado dispõe de muitas soluções que poderiam atender a demandas do setor público e que já estão prontas. Há que se promover esta aproximação, usufruindo da possibilidade de resolver necessidades públicas com soluções privadas”, afirmou Rossato. “Investir nisso e no fomento à inovação já nos primórdios da educação é o caminho para chegarmos ao destaque que o Estado tem potencial para atingir”, acrescentou.
Presidindo a sessão, o deputado Tiago Simon salientou que a “retomada da economia tradicional passa pelo caminho da inovação” e que somente esta aliança trará a superação desejada.
“O RS é, hoje, o segundo maior polo de inovação Brasil. Temos a maior taxa de doutores por habitante, temos a maior taxa de patentes do país. Este potencial precisa ser utilizado a favor do crescimento da economia”, ressaltou Simon.