Qual o segredo para obter altas taxas de sucesso em processos sucessivos de inovação?
A pergunta foi lançada pelo fundador de nada menos do que 17 empresas, várias delas grandes players de seus mercados, e algumas das mais rentáveis startups atuais – incluindo o primeiro unicórnio Brasileiro (Movile), avaliada em mais de US$ 1 bilhão, e o aplicativo infantil número 1 do mundo (PlayKids), avaliado em mais de US$ 250 milhões.
O executivo, que por meio da Movile, é hoje acionista de empresas como iFood, MapLink, Apontador, Ingresso Rápido, Sympla, SuperPlayer, ChefTime, Delivery Center, entre outras, destacou, em palestra no último Meas TI de 2017, três pontos principais para responder à questão.
Primeiro: crie produtos/serviços que viciem racionalmente ou emocionalmente. “Como exemplo disso, podemos citar como exemplo de vício racional o Waze. Você pode até saber o caminho para o lugar a que se dirigem, mas provavelmente ligará o Waze para consultar as condições do trânsito. Já um vício emocional é o Facebook. A cada 10 pessoas, 9 não costumam postar, mas todas consultam a rede regularmente”, comentou Blazoudakis.
O segundo ponto ressaltado foi uma dica para manter o negócio à prova de bala, blindando-o contra desafios e dificuldades por meio do esclarecimento prévio: “responda às perguntas mais difíceis sobre seu negócio primeiro”, recomendou o palestrante.
A terceira dica referiu-se à inovação, que, segundo o especialista, nem sempre está no lugar óbvio. “Muitas vezes não está”, indicou.
Blazoudakis também lembrou a importância da persistência. “Estude, tente, erre, aprenda com os erros. Eu criei 17 empresas, mas as mais bem-sucedidas são as três últimas. Isso é uma coisa óbvia: eu aprendi ao longo da trajetória, especialmente, sobre o que não fazer”, explicou o palestrante.
Como exemplo de tentativa e erro, ele trouxe o caso do iFood, que quando fez seu primeiro investimento em publicidade na televisão perdeu R$ 10 milhões em uma semana. “Havíamos perdido. Repensamos o que fazer. E voltamos a investir: voltamos para a TV. De 2011 a 2017, passamos de 50 mil pedidos/mês para 3 milhões/mês”, recordou.
Também de sua trajetória, o empreendedor agregou a necessidade de destruir. E deu como exemplo o projeto inicial do Superplayer, que, em 2015, ele próprio indicou aos fundadores como uma ideia sem futuro, visto que já havia um concorrente líder no mercado, o Spotify. “Mostrei que era preciso destruir o projeto, e foi feito isso, remodelado, e a nova ideia se tornou um sucesso, tendo sido adotada pela plataforma do Google”, contou.
Cases de sucesso não faltam na carreira de Blazoudakis: além dos já citados, ele investiu, por meio da Movile, em startups que hoje são enormes, como Sympla, Education & Care, Spoon Rocket, Rappido e Maplink.
“Nosso modelo é apostar em vários cavalos, em torno de 40 por ano. Mas não se trata de sair atirando para todos os lados: estudamos o mercado, escolhemos um segmento rentável, como é o caso da Tecnologia, e fazemos nossas apostas neste setor”, comentou o palestrante.
Um modelo que também é pautado na estratégia de agregar talentos, investir forte em inovação, visão e ética, além de pensar grande e focar em resultados. “Chamamos isso do Jeito Moviliano de Ser (JMS)”, relatou.
Com este respaldo, a Movile é hoje líder em mobile marketplaces, contando com mais de 100 milhões de clientes em suas empresas todos os meses e empregando mais de 1600 pessoas em 15 escritórios.
A palestra de Blazoudakis encerrou o calendário do Mesas TI em 2017. O evento contou com patrocínio Gold de DBC Company, Digital Business e Unisinos, Silver de Fourway e Bronze de Consulpaz e Fritsch Consulting.
