O ano de 2024 está se desenhando para ser “morno”. Não muito animadora, mas também não pessimista, a projeção é da economista Patrícia Palermo, que deu entrevista para a revista Mercado TI.
“Em 2023, tivemos fortes impulsos do crescimento da produção e da produtividade agrícola, dos novos impulsos fiscais, de uma deflação de alimentos e de um mercado de trabalho bastante resiliente. Em 2024, não teremos um novo impulso da agropecuária, apesar de esperarmos uma boa safra, mas não há espaços para novos estímulos fiscais, há uma reversão em curso do preço dos alimentos e o mercado de trabalho está perdendo fôlego”, afirma a economista.
Segundo ela, a estimativa é de um crescimento de cerca de 2,2%. Já inflação, de forma global, tende a continuar em processo de redução, mas a desinflação tende a ser menor do que a verificada em 2023. Hoje, esperamos que o IPCA encerre 2024 em 4,20%.
Patrícia acredita, ainda, que a Selic também deva continuar caindo, encerrando o ano de 2024 em 9,75% a.a., mas isto está fortemente condicionado ao processo de desinflação em curso, do cenário externo e, especialmente, da dinâmica fiscal, que tende a impactar as expectativas.
Aliás, ela avalia que esse é o nosso grande calcanhar de Aquiles para que consigamos experimentar taxas de juros estruturalmente mais baixas no Brasil. Para a economista, o problema fiscal é evidente e a baixa disposição do governo atual de promover ajustes do lado das despesas só torna o quadro evolutivo da dívida pública mais preocupante.
No caso da economia gaúcha, a perspectiva de Patrícia é de um crescimento maior, derivado da performance da agropecuária, que se espera que tenha um resultado significativamente melhor. Nos últimos anos fomos fortemente castigados por estiagens, agora o risco de um resultado menor repousa na intensidade das chuvas que têm sido frequentes. “A expectativa ainda é positiva. Se São Pedro não atrapalhar, como tem feito nos últimos anos, esperamos crescer 3,5%”, afirma ela.
Em relação à tecnologia, especificamente, a especialista avalia que é uma demanda que só vai se intensificar nos próximos anos. O desafio é se manter competitivo como produtor/ofertante, e ela diz ser “notória” a lista dos empecilhos de curto prazo.
“A começar, temos a questão da mão-de-obra como um limitador para continuar a atender à demanda. Estamos falando de uma mão-de-obra especializada, de alto valor e alta mobilidade. A concorrência por profissionais é internacional, o que acaba inflacionando remunerações e aumentando significativamente a rotatividade. Além disso, recentemente houve uma mudança relevante na forma de arrecadar a contribuição previdenciária patronal através do veto presidencial ao PL que estendia a desoneração da folha até 2027, o que, se não for revertido, certamente impactará o setor”, finaliza Patrícia.
Fonte: Aceká Marketing Digital - Assessoria de Imprensa do SEPRORGS
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